domingo, 20 de maio de 2012

Refletindo sobre a prática da aula de Português
Sabemos que, atualmente, ainda persistem práticas inadequadas e irrelevantes quanto ao ensino da língua nas salas de aula, como consequência disso temos a crítica de que a escola não estimula a formação de leitores. Foi baseado nisso que a linguista Irandé Antunes, escreveu seu livro, que por sinal  é muito interessante para as pessoas que realmente estão preocupadas com o ensino da língua no nosso país.
No primeiro capítulo de seu livro, Antunes aponta as maiores dificuldades constatadas em relação às atividades pedagógicas, no tratamento com a oralidade, a escrita, a leitura e a gramática.
Com essa leitura, finalmente pude entender porque os concursos públicos, que eu tanto faço, quase não exigem mais análise sintática, morfologia, separação silábica entre outros assuntos tão cobrados antigamente nessas provas. Atualmente os concursos públicos estão elaborando suas questões de português baseados na interpretação de textos e coesão das frases.
 Antunes mostra que o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) estabelece que os conteúdos de língua portuguesa devem se articular em dois grandes eixos: o uso da língua oral e o da reflesão acerca desses usos. A SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) em seus descritores, contemplam explicitamente apenas alguns conjunto de habilidades e competências em compreensão e nada de definições ou classificações gramaticais.
Ainda se encontra muitos problemas no tratamento da oralidade, da escrita, da gramática e da leitura nas salas de aula. A gramática é ministrada de forma descontextualizada, desvinculada, dos usos reais da língua escrita ou falada na comunicação do dia-a-dia. A leitura não recebe seu devido valor no trabalho escolar.
Fiquei super chocada quando li a seguinte frase: " é na escola que as pessoas exercitam a linguagem ao contrário, ou seja, a linguagem que não diz nada." Quando li isso, logo pensei que ousada essa Antunes, baseada em que ela diz isso? Mas acabei por concordar com ela, pois estava lendo um projeto que se chama: letramento na Maré, onde as experiências realizadas com jovens e adultos que estavam se alfabetizando demonstraram que os textos realizados por eles, apesar dos diversos erros de ortografia, apresentavam completa coesão e coerência de frases, eram textos que expressavam críticas e indignação com certos assuntos da sociedade. Textos estes produzidos por alunos que nunca foram a uma escola ou que dela foram excluídos.
Por fim, Antunes aponta diversos outros problemos em relação ao tratamento da língua em sala de aula e nos deixa uma importante mensagem: Nós educadores devemos formar cidadões conscientes, leitores, críticos e para isso devemos repensar o modo como estamos fazendo isso, se os métodos utilizados em sala de aula estão contribuindo para isso.

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